
Sem importância coletiva
Daniela Lima
Ilustrações: Fabiano GummoEditora: E-galáxia
Número de Páginas: 30
Edição: 2014
Avaliação: ★★★★★
* Livro cedido em parceria com a editora
Sinopse: Após o acidente de Chernobyl, o processo de descontaminação foi iniciado por soldados apelidados de bio-robôs. Soldados enviados para morrer. Soldados que iam onde nem as máquinas poderiam ir. A radiação parava câmeras fotográficas, de vídeo, robôs e até mesmo helicópteros. Um repórter perguntou a um bio-robô se ele sabia que ia morrer, ao que ele respondeu: “sim, a minha vida só tem valor se terminar assim”. A Ucrânia era parte da União Soviética e a maioria dos bio-robôs era membro do Exército Vermelho.
Sinopse: Após o acidente de Chernobyl, o processo de descontaminação foi iniciado por soldados apelidados de bio-robôs. Soldados enviados para morrer. Soldados que iam onde nem as máquinas poderiam ir. A radiação parava câmeras fotográficas, de vídeo, robôs e até mesmo helicópteros. Um repórter perguntou a um bio-robô se ele sabia que ia morrer, ao que ele respondeu: “sim, a minha vida só tem valor se terminar assim”. A Ucrânia era parte da União Soviética e a maioria dos bio-robôs era membro do Exército Vermelho.
Sem importância coletiva é uma leitura perturbadora. Os motivos são vários: primeiro porque a ambientação é numa zona interditada devido ao um acidente nuclear, com inspiração em Chernobyl; depois porque o livro nos provoca a fazer reflexões políticas-sociais e filosóficas. Não tem como o leitor evitar a
pergunta: Eu sou
uma peça facilmente substituível na engrenagem social?
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Daniela Lima |
Pois é, Sem importância coletiva, me fascinou porque me fez pensar questões como essas que coloque acima. E também porque podemos perceber a conversa com obras de cunho distópico, justamente por causa desse cenário pós-catástrofe.
"O homem sem importância coletiva diz que foi obrigado a deixar a sua vida para trás. E que foi bom. Porque aquilo que ele entendia por vida era algo sem significado."
"A jornalista com importância coletiva quer saber por que o homem sem importância coletiva voltou para a Zona. Porque o mundo exterior perseguia a Zona dentro de mim, ele disse."Sem importância coletiva é um livro curtinho, dividido em treze capítulos, mas com intensidade e densidade literária. Daniela optou por narração em terceira pessoa, personagens sem nome o que contribui para a projeção de sentido a ser alcançado pelo leitor. A atuação do leitor é intensa porque também estamos na Zona. O livro conta com apresentação de Ricardo Lísia e ilustrações de Fabiano Gummo.
Essa é mais uma leitura que vai pra lista de indicações de livros nacionais. Por fim, eu preciso dizer que ler os e-books da E-galáxia tem sido uma ótima experiência. A qualidade dos textos é o que mais tem chamado minha atenção.
